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Sampaio evita assunto rebaixamento, mas vê salvação 'quase impossível'


'Falar pouco, fazer muito': gerente de futebol se vê como referência, evita discurso derrotista e dita filosofia palmeirense para reta final do Brasileirão
  O rebaixamento no Campeonato Brasileiro é um assunto praticamente proibido entre jogadores e dirigentes do Palmeiras. Embora não dependa somente das próprias forças para permanecer na elite do futebol nacional, a ordem no clube é lidar com a Série B apenas se ela se tornar realidade nas três rodadas restantes da competição. O gerente de futebol, Cesar Sampaio, acredita que entregar-se, no atual momento, significaria desestimular os atletas a lutar até o fim.

– Eu só abordo algo a partir do momento que acontecer. Estou em uma posição de referência. Quando algum atleta sentir fragilidade nos comandantes, é o princípio de um efeito dominó. Eu não faço isso só para seguir o protocolo, mas já vi muita coisa no futebol. Dos esportes coletivos, é o mais emocionante – afirmou o dirigente.
Diversos fatores, como falta de sorte, acúmulo de jogadores lesionados e ambiente conturbado, são apontados por Sampaio como culpados pelo atual momento. Para explicar a má fase, que culminou com a 18ª colocação do Campeonato Brasileiro e a distância de sete pontos para Bahia e Portuguesa, primeiros times fora da zona de degola, ele utilizou os confrontos bélicos como objeto de comparação.

   É uma guerra. Nem sempre vence o que tem a melhor arma ou mais munição. Está muito difícil. Não vou mentir para os torcedores. É uma causa quase impossível, mas os grandes heróis surgem nessas situações"
Cesar Sampaio




  – É uma guerra. Nem sempre vence o que tem a melhor arma ou mais munição. Está muito difícil. Não vou mentir para os torcedores. É uma causa quase impossível, mas os grandes heróis surgem nessas situações. Fiquei feliz com o que vi nos últimos dois jogos – completou Sampaio.

No confronto com o Botafogo, há duas semanas, na Arena da Fonte, em Araraquara, o Verdão pressionou o adversário do início ao fim. Foram 21 finalizações para o time paulista contra sete dos cariocas. Ainda assim, o Alvinegro vencia até os 45 minutos do segundo tempo, quando Barcos encheu o pé e acertou o ângulo do goleiro Jefferson para empatar o jogo em 2 a 2. Ao apito final, a torcida alviverde vaiou sua equipe.

Já no último domingo, contra o líder Fluminense (que se tornaria campeão justamente após vencer o confronto), o Palmeiras saiu perdendo por 2 a 0. Ignorou a pressão e, com gols de Barcos e Patrick Vieira, foi em busca de empate. Teve chances de virar, principalmente em um chute de Maurício Ramos de dentro da pequena área, defendido por Diego Cavalieri. Acabou derrotado com gol de Fred, no fim do jogo.

A postura de Cesar Sampaio é de evitar promessas para os torcedores. O dirigente fez questão de esclarecer que a tristeza e insatisfação com o presente momento não vêm exclusivamente das arquibancadas, mas também da parte interna do clube. A expressão de choro dos jogadores na saída de campo do Prudentão, após a derrota para o Fluminense, deixou claro: o clima no elenco também está longe de ser agradável.

– Na minha posição, estou aqui para dizer que o descontentamento não é só dos torcedores. O vestiário depois do jogo com o Fluminense parecia um velório. Os atletas estão sentindo isso, e nós (dirigentes) também. Mais do que argumentos, precisamos analisar. Temos convivido com algumas infelicidades, mas agora devemos falar pouco e trabalhar muito – disse Sampaio.

*Rodrigo Faber colaborou sob supervisão de Zé Gonzalez







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