Pages

Torcida empurra, Juve vence, fica na boa e complica a vida do Chelsea

Vitória por 3 a 0 em Turim deixa italianos a um empate das oitavas de final
Festa italiana e drama azul na noite desta terça-feira, em Turim. Empurrada por mais de 40 mil fanáticos que cantaram e pularam durante os 90 minutos no Juventus Stadium, a Velha Senhora fez única coisa que lhe restava para seguir dependendo apenas de suas forças na Liga dos Campeões da Europa: venceu. Em partida válida pela sexta rodada, a equipe fez um 3 a 0 convincente no Chelsea, pulou para zona de classificação do Grupo E e deixou os atuais campeões do continente em péssima situação na luta pelo bi.

Com gols de Quagliarella, do chileno Vidal e de Giovinco, a Juve fez a festa dos ídolos Zidane e Nedved, presentes na tribuna, e pulou para segunda colocação da chave, com nove pontos. Para avançar às oitavas de final, o atual campeão italiano precisa apenas de um empate com o líder Shakhtar, dia 5, em Donetsk. Líderes da chave, os ucranianos bateram o Nordsjaelland por 5 a 2, na Dinamarca, em jogo polêmico, e se garantiram na fase seguinte. Já a situação do Chelsea é tão complicada que merece um parágrafo à parte.


Há três partidas sem vencer, os Blues têm sete pontos e não dependem mais de si. Para avançarem, será necessário vencer o lanterna dinamarquês, também dia 5, no Stamford Bridge, e torcer desesperadamente por um triunfo do Shakhtar. Vale ressaltar, porém, que um empate na Donbass Arena garante tanto a classificação do Juventus quanto a liderança dos ucranianos. Se não se classificar, o Chelsea será o primeiro campeão europeu eliminado na fase de grupos após conquistar o título.

Faltando poucos mais de três semanas para a estreia no Mundial de Clubes da Fifa, diante de Monterrey, do México, ou Ulsan, da Coreia do Sul, os ingleses vivem um momento de crise e têm o técnico Roberto Di Matteo bastante pressionado. No próximo domingo, o Chelsea tem mais uma pedreira pela frente: o Manchester City, em Londres, pelo Campeonato Inglês.

Torcida empurra, e Juve sai na frente

Di Matteo cumpriu o prometido após a derrota para o West Bromwich e mudou o Chelsea. Sacou Torres, escalou o também espanhol Azpilicueta, e povoou o meio-campo azul. A intenção era manter a bola em seus pés, apostar na velocidade dos contra-ataques e evitar um sufoco da Juve. A primeira parte da estratégia até deu certo, mas a pressão imposta pelos mais de 40 mil presentes no Juventus Stadium levou o time da casa para o ataque na base da força, e, precisos e objetivos, os italianos promoveram um verdadeiro bombardeio para cima de Petr Cech.

Nos 45 minutos iniciais, o Chelsea até teve maior posse de bola, como previsto: 53% x 47%. O Juventus, entretanto, era muito mais objetivo e concluiu 10 vezes, oito deles na direção do gol. A primeira delas, aos dois, deu o tom do estilo de jogo da Velha Senhora: após troca de passes curtos e rápidos dentro da área, Lichtsteiner recebeu nas costas de Ashley Cole e escorou para grande defesa de Cech, a bola ainda tocaria a trave.







 Com Oscar e Hazard mais avançados e Mata mais recuado do que de costume, os Blues atuavam praticamente num 4-4-2. A marcação sob pressão da Juve, por sua vez, impedia saídas em velocidade e a bola permanecia por muito tempo no campo defensivo. Enquanto isso, os italianos seguiam aproveitando qualquer espaço para arrematar, principalmente com Quagliarella.

Ao Chelsea, restava esperar por vacilos defensivos do rival, ou pela genialidade de seu trio de armadores. E quem melhor apareceu neste sentido foi Oscar. Primeiro, o camisa 11 arrancou em velocidade ainda do campo de defesa, passou por três adversários e serviu Hazard. Na boa, o belga dominou, levantou a cabeça, mas concluiu mal em cima de Buffon. Mais adiante, o brasileiro recebeu bom passe de Ramires, perdeu tempo ao tentar cortar para o meio e chutou em cima da zaga.


As escapulidas azuis eram exceção em um bombardeio contínuo contra o gol de Cech. Capitão na ausência de Terry e Lampard, o Cech vinha sendo um dos destaques da partida. Porém, um dos raros chutes sem direção da Juve parou no fundo das redes. Aos 38, Pirlo ajeitou o corpo da intermediária e bateu torto e fraco. Mas um desvio de Quagliarella no meio do caminho mudou o panorama e colocou o 1 a 0 no placar.

O relógio ainda não tinha nem chegado aos 39 quando o Juventus quase ampliou. Após cruzamento de Asamoah, Lichtsteiner mais uma vez apareceu bem no segundo pau para o desvio. A bola caminhava lentamente para o gol até que Ashley Cole se esticou para fazer o corte. No contra-ataque, Azpilicueta ainda deixou Mata em boa condição para empatar, mas o espanhol dominou mal na frente de Buffon e não impediu vantagem italiana no intervalo.

Xodó, chileno aumenta placar e drama do Chelsea

Ciente de que uma derrota praticamente acabaria com as pretensões de um bicampeonato, o Chelsea voltou para o segundo tempo buscando o ataque, mas não foi muito feliz. Sem um homem de área, os ingleses não conseguiam criar boas oportunidades e ainda davam o contra-ataque para o Juventus. As chances do time italiano se multiplicavam.


Ao contrário do primeiro tempo, porém, a troca de passes rápida dava lugar a uma ansiedade inexplicável para marcar o segundo gol. Foi assim que Vucnic e Quagliarella, duas vezes cada, desperdiçaram boas oportunidades com companheiros mais bem posicionados. O ganês Asamoah, por sua vez, não tem o individualismo como característica e foi responsável por mudar a situação.

Aos 16, o lateral-esquerdo avançou com velocidade pela ponta, cortou para o meio e rolou com carinho para Arturo Vidal. O chileno, xodó da torcida da Juve, encheu o pé da meia-lua e venceu Cech: 2 a 0. O placar, somado ao 4 a 2 de momento do Shakhtar sobre o Nordsjaelland, na Dinamarca, complicava, e muito, a vida do Chelsea na competição.

Em situação desesperadora no grupo e com o emprego em risco, Di Matteo resolveu partir para o tudo ou nada, e trocou Azpilicueta e Obi Mikel por Moses e Torres. A obrigação de marcar dois gols e a falta de organização, entretanto, impediu que a dupla de centroavantes sequer tivesse boas oportunidades. Abusando do chuveirinho e visivelmente nervoso, o Chelsea virou presa fácil para Juve. Com campo para jogar, os italianos se cansaram de desperdiçar contragolpes, até que, já nos acréscimos, Giovinco recebeu sozinho diante de um desesperado Cech, já fora da área, para marcar: 3 a 0. Fim de papo.





0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More