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Sheik comparece a audiência no Rio e é 'liberado' para jogar o Mundial


Atacante corria risco de ter passaporte confiscado em processo de lavagem de dinheiro e contrabando. Nova audiência será realizada em janeiro
  O atacante Emerson Sheik passou por mais uma audiência no processo de contrabando e lavagem de dinheiro a que responde desde fevereiro no Rio de Janeiro. Liberado do treino do Corinthians na manhã desta terça, o jogador viajou ao Rio e acompanhou o processo na 3ª Vara Federal Criminal – testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas. Ainda não há definição e, em janeiro, novas testemunhas falarão sobre o caso antes da sentença em primeira instância, sem data.

O advogado do jogador no caso, Ricardo Cerqueira, acredita na absolvição de Emerson Sheik. O herói do título da Libertadores foi denunciado em fevereiro deste ano pela compra de dois carros BMW modelo X6, que foram importadas ilegalmente dos Estados Unidos. Segundo Cerqueira, não houve má fé de Sheik no ato, apesar da provas encontradas na operação de investigação chamada de “Black Ops”

- Testemunhas foram ouvidas, da defesa e do Ministério Público Federal. Me parece que as provas foram no sentido de que eles foram adquirentes de boa fé, foram levados pela ocasião. Quantos jogadores não adquiriram veículos na época? A próxima etapa será o depoimento de mais duas testemunhas, marcado para janeiro – declarou o advogado de Sheik.


  O atacante poderia até ter o visto apreendido por decisão do juiz, o que impediria sua viagem ao Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão – o que não ocorreu. O volante Diguinho, do Fluminense, também está envolvido no processo, já que comprou o carro de Emerson em 2010. Beneficiário no processo, ele também compareceu à audiência.

Nos próximos cnico dias, a defesa analisará se pretende insistir nas testemunhas que depuseram nesta terça. A diretoria do Corinthians aompanhava o andamento do processo de perto e esperava o atacante para um treinamento no CT Joaquim Grava, ainda nesta tarde, sem a presença dos companheiros. Com o atraso de quase uma hora no início da audiência, entretanto, o jogador deixou a Vara Criminal por volta de 18h e a atividade foi cancelada.

                                                     TRECHO DA DENÚNCIA 

Entenda o caso
Denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por contrabando e lavagem de dinheiro na aquisição de um carro usado da marca BMW X-6, importado ilicitamente dos Estados Unidos, Emerson Sheik e Diguinho são acusados de agir de má-fé. Ou seja, "tinham ciência do esquema criminoso", de acordo com a denúncia.

Segundo o texto da denúncia, o objetivo é “apurar a participação de determinados indivíduos em organização criminosa ligada à máfia dos caça-níqueis no Rio de Janeiro”. A investigação começou no ano passado, com a Operação Black Ops, iniciada com a tentativa de homicídio contra o contraventor Rogério de Andrade pelo israelense Yoram El Al, que atuaria no Rio em parceria com Haylton Carlos Gomes Escafura. No desmembramento, descobriu-se que a concessionária Euro Imported Cars Veículos era peça-chave no esquema de lavagem de capitais e na ocultação dos crimes praticados pela quadrilha. É aí que entram Emerson, Diguinho e as BMW X6.

- Estes indivíduos foram os intermediários para a introdução clandestina no Brasil do veículo importado pela Euro Imported Cars e adquirido pelo jogador de futebol Emerson “Sheik”, cujo nome completo é Márcio Passos de Albuquerque (...) As negociações, de acordo com os áudios interceptados, eram flagrantemente criminosas, com falsidades escancaradas - diz trecho da denúncia.

No Brasil, a BMW zero é avaliada em cerca de R$ 300 mil, mas em outubro de 2010 Emerson comprou o carro por R$ 200 mil. Quase dois meses depois, ele devolveu para a mesma agência (Rio Bello) e recebeu R$ 160 mil. Nesse mesmo dia, Diguinho comprou o veículo por R$ 200 mil. Porém, em janeiro de 2011, o volante do Fluminense retornou ao local com o carro. Horas depois, ele compraria o importado mais uma vez. As notas fiscais da movimentação foram entregues à Justiça pelo Ministério Público Federal.

Além do contrabando, Diguinho e Emerson são denunciados por lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, Emerson emplacou o veículo em nome de terceiros para “ocultar a ilicitude da importação”. Além disso, os dois devolveram o carro por duas vezes à Euro Imported Cars para afastar a propriedade de origem ilícita da importação feita por Emerson. Tal conduta evidenciaria a lavagem de dinheiro.



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